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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

RUBEN DA CUNHA ROCHA
( Brasil – Maranhão )

Nasceu em São Luis, MA, em 1984.
Tem narrativas e poemas publicados nas revistas Cult e Autofagia (BH) e Autofagia (BH) e traduções para o jornal Casulo (SP).
Mora em Florianópolis, onde pesquisa e traduz poesia norte-americana, e se dedica a longas caminhadas.


POESIA SEMPRE. Ano 15 Número 30 2008. Polônia. Editor Marco Lucchesi. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008. 178 p. No. 10 381
Exemplar da biblioteca de ANTONIO MIRANDA

       Balada para Tom Waits

  Ouvi pela primeira
vez o arranhar do teu
rugido rouco
no toca-fitas de um carro em movimento
numa avenida vazia de São Paulo

a cidade saía de um coma —
o nome secreto dos feriados

        fígados ruins &
corações partidos
olhos que enxergam à noite
e o dom
de parecer invisível
pelo qual agradeço

        obrigado

Eu nunca perdi
a impressão daquela noite
sobre a música

        essa coletânea
de hinos do inferno

essa hinologia de anjos bordados

com que
aprendi
a permanecer esperto
mesmo de olhos
fechados  
e que
nem sempre
a beleza
está no lugar certo

e que ela nunca
nos acerta

no errado.


       
Passagem de Celso e Pablo por Floripa
lembrando Robert Piva
cantando Cortázar

Morador Solitário da Lua
a Lua é Bata-Sinal do Sol
Homens antigos
mastigam doenças novas
Passar c/ a Eternidade num
Céu de Garçonetes Graciosas
Cantar a Canção do Afogado
Bolhinhas voando dos tímpanos
Pequenas Hecatombes
na superfície do planeta


Logo Waly

Se decido descer a rua
onde moro às 5
a meio caminho da tarde
a meio caminho do morro
avisto: o alto do próximo
morro e umas casas brancas lambidas
por um resto de sol. É um amarelo de personalidade forte
vai ver é isso que chamam tropical
ou de mais alta realeza.
Parece que estou vendo a capa de um livro, Waly
O Mel do Melhor
(foi o primeiro que li, eu comecei a te ler pelo fim, inclusive o teu)
impressa no excesso das coisas
assim parece que te ouço sempre que vejo tua imagem impressa
tua boca enormemente contente
tua alegria esparramada de palavras
tudo que tu escreve parece que foi escrito em CAPS
é como minha memória galrada por exemplo
tu dizendo (aquela foi tua última
entrevista?) que demorava a publicar
não por humilde anonimato
mas por DESMEDIDA AMBIÇÃO de querer se tornar
tudo aquilo que ainda não é.
Eu que desde aquela época sabia muito pouco
guardei essas coisas pra usar. Ou teu método LIGO A TOMADA
ABRO A JANELA ESCANCARO A PORTE, como tu diz no disco
de Jards Macalé
e isso pra mim é verdade.
Sabe que nem me surpreendi contigo inaugurando Real Grandeza pro
meu ouvido?
Antes dei um riso
que foi ficando mais e mais perplexo
até virar a ignição dum texto sob o sol às 5
amarelo Real quase no final e ainda pleno.
Tu é Diabo do Dia, Waly
Batucada duma tarde quente interrompendo a pressa dos outro
Tu tem um jeito de sentir pressa que está mais pra urgência
Linha de frente de linhagem anti-livresca em que te reconheço e que
tu nem conhece
(reveja os retratos). Astúcia solar
que nem aqueles velhos jogando dominó desde a hora do almoço
Estudantes saindo no meio da aula pra um Incontrolável Amasso e
quando voltam
estão muito mais atentos
parece que a pupila dilata.

*
VEJA e LEIA outros poetas do MARANHÃO em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/maranhao.html

Página publicada em maio de 2025

 

 

 
 
 
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